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Monday, March 17, 2014

Principais Filosofos

Averróis (1126 - 1198)
            Para Averróis, na filosofia de Aristóteles se encontra a mais alta verdade, sendo o filósofo grego um presente de Deus para auxiliar as pessoas a conhecer tudo que possa ser conhecido, em especial o conhecimento da verdade. A filosofia busca esta verdade através da razão, mas a razão filosófica para Averróis deve ser protegida e amparada pela religião, pois se tanto a filosofia como a religião buscam a verdade, não pode haver discordância entre as duas. Quando houver diferença entre as duas, o texto religioso deve ser interpretado utilizando-se dos instrumentos racionais da filosofia, porque na razão é encontrada a única verdade. As diferenças entre filosofia e teologia são somente diferenças de interpretação.
Averróis divide a inteligência, o entendimento humano em duas partes, o intelecto potencial e o intelecto possível ou ativo. O intelecto potencial é a inteligência de cada ser humano, de cada indivíduo, e ele é potencial porque pode ou não se desenvolver, da mesma forma que podemos ou não ver as cores dos objetos dependendo se temos ou não luz. A luz que vai possibilitar o intelecto potencial desenvolver suas capacidades é o intelecto possível, que é uma emanação divina e nele se ligam todos ou outros intelectos.
            Os conhecimentos produzidos por todas as inteligências humanas, por todos os intelectos potenciais, ficam acumulados no intelecto possível. A inteligência humana individual é uma fantasia, uma imaginação que é retirada do intelecto possível. A alma reflete em partes e de forma deturpada a inteligência suprema do intelecto possível. O intelecto ativo ou possível é como o sol que através dos seus raios ilumina o intelecto humano potencial e o possibilita ver todas as coisas em suas exuberantes cores.
            Dessa forma, o conhecimento, a ciência, é eterna e não pode perder os seus componentes essenciais. A ciência é como o sol que ilumina todos os outros conhecimentos humanos. Os indivíduos com suas criações, conhecimentos e filosofias podem morrer, mas a ciência em si não morre, porque é universal e está conectada com todos os humanos.
            Averróis nega a imortalidade da alma. Acredita ainda que o conhecimento da ciência é o único caminho para atingirmos a felicidade, o êxtase espiritual e religioso. A vida de todos os homens tem fim com a morte. E a alma humana nasce e morre com o corpo.

Sentenças:
- Quem conhecer melhor a anatomia e fisiologia humana, vai aumentar sua fé em Deus.
- Todas as religiões são criação humana equivalentes e por conveniência pessoal e pelas circunstâncias escolhemos uma.
- A mulher é um homem imperfeito.
- Na natureza nada é supérfluo.
- Quem fala sobre o que não é da sua conta, escuta o que não gosta.
- Conhecimento, estupidez, riqueza e pobreza não podem ser escondidas por muito tempo.
Avicena (980 - 1037)
            Na metafísica de Avicena, Deus é um ser necessário. Ele faz uma distinção clara entre a existência e a essência das coisas, dizia que a forma e a matéria não podem interagir sozinhas e por conta própria gerar o movimento, que é o que ele chama de fluxo vital do universo, nem gerar a própria existência. A existência tem origem em uma causa que necessariamente coloca em relação a essência e a existência, somente dessa forma a causa das coisas que existem podem coexistir com os efeitos.
          Ele resolveu o problema da essência e dos atributos do mundo através de uma análise ontológica da modalidade do ser que ele subdivide em três tipos: impossibilidade, contingência e necessidade. 
        O ser impossível é aquele que não existe
        O ser contingente é o que tem necessidade de uma causa externa a si para existir
        Já o ser necessário, que é único, reflete a sua essência e tem a capacidade de gerar a primeira inteligência
       Dessa primeira inteligência deriva uma segunda, e depois uma terceira, dando seqüência a todas as inteligências. O ser necessário é a causa somente da primeira inteligência e as outras são resultados indiretos desta. Esse ser necessário é Deus que conhece todas as coisas particulares e universais graças à sua ciência e à sua sabedoria. Tanto Deus como o universo são eternos e não existe nem tempo nem espaço antes de Deus
         Nos estudos de Avicena podemos encontrar também elementos da filosofia da ciência. Ele descreve um método de investigação cientifica e se pergunta como é possível alcançar hipóteses, afirmações que não necessitam de prova para que sejam consideradas verdadeiras ou deduções iniciais sem que elas sejam inferidas das premissas. Para ele a solução é a combinação do antigo método indutivo aristotélico com um método que utiliza a experimentação e a observação atenta do que se quer conhecer.
            O homem, animal munido de razão, tem o poder de conhecer, através da alma racional, as formas inteligíveis. Essas formas inteligíveis constroem a alma racional de três formas: primeiro através de uma emanação, de um prolongamento da substância e natureza divina, através da qual o homem pode conhecer os primeiros princípios; segundo através do raciocínio e da demonstração é possível conhecer as coisas inteligíveis do mundo utilizando para isso a lógica; e terceiro através dos sentidos.

Sentenças:
- Um médico ignorante é um auxiliar da morte.
- O vinho é um amigo de quem é moderado e inimigo de quem é beberrão.
- A medicina deve conhecer as causas de doença e de saúde.
- A oração é inteiramente espiritual, é um encontro direto entre Deus e a alma, afastado de todas as limitações materiais.
- Tudo o que não existe e depois passa a existir, é criado por algo diferente de si mesmo.
- A qualidade da vida é mais importante que a sua duração.
- A medicina não é uma ciência difícil e complexa como a matemática e a metafísica.
Avampace (1070  - 1139 )
Avempace destacou-se em primeiro lugar como filósofo, pois foi o iniciador no al-Andalus dum pensamento filosófico puro, conhecido no mundo árabe como falasifa, que se distinguia do pensamento teológico, que geralmente se dava no al-Andalus. Para isso, o pensamento racional era desligado de qualquer fim religioso, e o seu caminho devia ser o da lógica aristotélica. Foi neste ponto queAvempace traçou o caminho que seguiriam Averróis e Maimónides. Por outro lado, o pensamento hispano-medieval anterior a Avempaceprocurava primariamente uma explicação racional à verdade revelada do Corão, e para isso tentava conciliar um neoplatonismo ascético ou místico com o pensamento.
O seu pensamento poderia ser resumido assim: o ideal do homem é o conhecimento puro, a especulação e a contemplação pura.
Diz na Carta do Adeus a respeito da ciência e da filosofia:
sempre será certo que nós abrigamos a esperança de chegarmos com elas a algo grande, que não sabemos que coisa seja em concreto, embora sim saibamos que à sua grandeza não encontramos coisas com que compará-la na alma, não podemos também não expressar como caberia corresponder à sua nobreza, majestade e formosura. Até tal ponto é assim que alguns homens acreditam que com ela se tornavam em luz e que sobem ao céu (…)
Trata-se duma "contemplação "pura", ou seja, desprovida de ação, buscada por si mesma e não pelo prazer e felicidade que possa reportar quer nesta vida ou na outra.Nesta situação, "o homem deixa de ser humano para se tornar divino", porque com semelhante contemplação o homem se identifica e funde com Deus.
Se para Avempace é válida a definição aristotélica de homem como "animal racional", porém, não é a que aponta ao mais radical e fundamental do homem, pois, acima da razão, está o "intelecto", o "homem intelectual".
Em efeito distingue entre três níveis no homem:
1.Os pertencentes a a grande "massa", que só sabem das coisas materiais, singulares, submetidas ao espaço e ao transcorrer do tempo.

2.Num estrato superior estão os homens de ciência, os que usam a "razão", com a qual "abstraem" as noções e as leis universais partindo das coisas singulares materiais, para depois aplicá-las novamente a esses objetos individuais e dimensionados. Neste estrato, "embora o homem se introduza no nível especulativo, não se despoja totalmente do material", pois depende dele para abstrair e precisa dele para aplicar os princípios da ciência que pratica e constrói. Trata-se do "nível dos homens científicos".

3.Por fim, o terceiro nível, o superior, é o dos que abandonam por completo o espaço, o tempo, o singular e o material, para contemplarem unicamente os seres espirituais, os inteligíveis puros, subministrados pelo "Intelecto Agente", intermediário entre Deus e o material. Por meio dele liga-se a Deus numa via mística, extática, levada a cabo por um Intelecto que não é racional, mas suprarracional. Assim, a união e fusão absoluta em Deus, com a felicidade suprema, ocorre "nesta vida", pondo assim em perigo um conceito corânico, a imortalidade na outra vida, e perdendo a individualidade pessoal no trânsito para o paraíso.
Contudo, para Avempace, este último nível é dificilmente atingível, devido a que as circunstâncias da vida em sociedade põem todo tipo de travas para a sua consecução. Portanto, Avempace, pela primeira vez na história, e numa ideia que será muito ascética, cercana a Kierkegaard ou a Nietzsche, propõe o apartamento da sociedade política na que vive para cumprir esse destino último. O homem deve empreender um caminho íntimo com um objetivo claro ao que dirigir todos os seus passos, o "regime do solitário", para atingir assim a excelsitude. O termo "regime" (tabdir no árabe) é aclarado no seu livro O regime do solitário com estas palavras:
A palavra "regime" diz-se na língua dos árabes em muitos sentidos que os linguistas estudaram. Porém, o significado mais conhecido é, em resumo, o que se refere à ordenação de uns atos com vistas a um fim proposto.''

Segue então aclarando que o regime apenas ocorre nos seres racionais e intelectuais, os únicos capazes de ter um fim para ordenar, dirigir, governar as suas ações de para o mesmo. Portanto,

o regime por excelência, —diz Avempace— o que se entende como tal e por excelência, é o de Deus ao criar e governar o mundo, do qual o do homem é apenas uma derivação e cópia defeituosa. E, dentro do regime humano —conclui— o que se entende como tal e por excelência, é o político, a saber, o do governo da cidade por parte do governante que encaminha as ações de todos os seus súditos racionais para o fim supremo da perfeição total e felicidade plena dos mesmos e do corpo social.                                 “




Feito por: André Luiz

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